25 maio 2010
Alta Floresta poderá ser classificada com a 1ª Cidade sustentável pela ONU
Marcadores: Alta Floresta, Amazônia, biodiversidade urbana, cidade, ONU, sustentável
Pacto pela vida
Marcadores: Flora, florestas, Mato Grosso, pacto, vida
20 junho 2009
Ecossocialismo ou barbárie!
Opinião
O ser humano há muito tempo vem relacionando-se de forma desordenada com a natureza, usando e ocupando a Terra de maneira predatória, causando um desequilíbrio ecológico sem precedentes. O século XXI já se inicia com desastres ambientais e crises profundas na ordem mundial que vai de tsunamis e furacões até às guerras que se espalham pelo mundo. O aceleramento das mudanças climáticas é conseqüência dessa relação do homem com a natureza, produzindo assim impactos catastróficos nas vidas humanas, animal e vegetal. Esse acontecimento é real e comprovada por uma pesquisa (IPCC) Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas de 2007 realizada por pesquisadores do mundo que comprovam essa mudança do clima.
Mas não é o Aquecimento Global e as mudanças Climáticas que afligem e preocupam os governos, os meios de comunicação e a maioria da população, a verdadeira preocupação é a crise no sistema financeiro mundial. E essa crise é analisada separadamente das relações sociais e ambientais, como se não houvesse qualquer interferência entre elas.
Diferentemente desses, existem pessoas organizadas ou não que acreditam que essa crise é sistêmica. Ela é ao mesmo tempo econômica uma vez que interfere profundamente no trabalho, na produção e no consumo das pessoas, aumentando o preço de produtos básicos para a sobrevivência humana. Política, já que os direcionamentos dados a cada problemática são diversos e relacionados a pensamentos ideológicos. Também é social, pois as estruturas da sociedade não dão conta das necessidades e desafios atuais, interferindo, diretamente, na forma de organização das sociedades. E, profundamente, ambiental, já que a natureza é fator limitante para a sobrevivência das pessoas, pois é dela que são retirados os recursos que geram o ciclo de produção e consumo e reprodução da humanidade. E, além disso, é ética, por colocar em cheque valores como o individualismo e a responsabilidade com as atuais e futuras gerações. Nenhuma dessas crises estão isoladas umas das outras. Isso quer dizer que a crise ecológica e o colapso social estão profundamente relacionados. Suas conseqüências deveriam ser vistas como manifestações diferentes, mas com causas nas mesmas forças estruturais, o capitalismo.
Essa crise é resultado do modelo de civilização que vivemos que coloca o desenvolvimento e o lucro acima dos limites do planeta e de todas as formas de vida. Devemos perceber que os recursos naturais são limitados e que não podemos destruí-los para o benefício de uma parcela da humanidade, excluindo, massacrando e explorando a maioria da população. Mas ao mesmo tempo, a Terra é rica e abundante tendo condições de alimentar todos os povos, com respeito e distribuição dos recursos de forma igual e sempre com o cuidado para com a nossa grandiosa e generosa Mãe Terra. Cuidar da Terra é perceber que somos parte integrante dela e que podemos viver em harmonia com todos os seres, sem degradar. Satisfazendo as nossas necessidades.
Por isso é fundamental romper com o atual modelo de desenvolvimento, o capitalismo, que já se mostrou incapaz de regular e, muito menos, de superara as crises que criou. Ele não consegue resolver a crise ecológica porque fazê-lo significa colocar limites ao processo de acumulação, uma opção inaceitável para um sistema baseado na maximização do lucro. Devemos partir para a superação desse sistema, e construir o ecossocialismo. Um modelo de sociedade que estabeleça uma relação igualitária entre a humanidade com ela mesma e com a natureza.
O Ecossocialismo é, então, uma das opções políticas que atuam no interior do ambientalismo. É parte do movimento sócio-ambiental que é anti-capitalista unindo a luta ecológica à causa socialista. Assim, ele se contrapõe tanto com os socialistas que não consideram a importância estratégica da luta ecológica, como com os ecologistas que não atuam no sentido anti-capitalista.
Construir o Ecossocialismo significa lutar pela não separação dos produtores (trabalhadores) dos meios de produção (ferramentas necessárias para que os trabalhadores consigam transformar a matéria prima em produto) que é um dos princípios do socialismo, associada com a redefinição da trajetória e objetivo da produção em um contexto ecológico, ou seja, repensar todo o processo produtivo; a necessidade desse produto para a humanidade, como ele será produzido, que recursos ele necessita para ser produzido, se pode ser substituído por outro que cause menos impacto, como e onde ele será descartado.
Ele integra o socialismo e a ecologia especificamente em relação aos “limites ao crescimento”, essencial para a sustentabilidade da sociedade. Isso sem impor escassez, sofrimento ou repressão à sociedade. Propõe uma profunda transformação das necessidades, uma mudança de dimensão qualitativa, não quantitativa na vida das pessoas. O que quer dizer valorização dos valores de uso em detrimento dos valores de troca sob uma perspectiva ecológica.
“Não se trata de contrapor a sobrevivência humana à de outras espécies, trata-se de entender que elas são inseparáveis e que nossa sobrevivência como seres humanos depende da salvaguarda do equilíbrio ecológico e da diversidade das espécies.” *
Michael Lowi
Lutar pelo ecossocialismo é também estar junto na luta das mulheres. É compreender que não existirá uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária se as mulheres continuarem a serem descriminadas, violentadas e desvalorizadas em relação ao outro sexo, o homem, e nem se o feminino não estiver no mesmo patamar que o masculino. É lutar para que as mulheres tenham autonomia sobre seus corpos podendo decidir sobre ele.
É também combater o racismo. Não permitir que nenhum ser seja descriminado pela sua cor, cabelos, olhos, vestimenta, música, ou qualquer outro tipo de forma. Deve haver o respeito pelas diferentes culturas, diferentes maneiras de viver.
Os Ecossocialistas também estão na batalha pela livre orientação sexual. Não aceitam que pessoas sejam julgadas e condenadas pela escolha sexual que fazem. As pessoas devem ser livres para amar.
É lutar pela soberania dos povos. Nenhum povo deve ser subjugado por outro.
Construir o Ecossocialismo é também carregar as bandeiras geracionais. É perceber que cada geração tem necessidades diferentes. É compreender que os jovens são sujeitos de direitos. A juventude não una, é diversa, múltipla. Ela é mais do que uma etapa na trajetória de vida dos indivíduos, é mais do que uma fase preparatória para a vida adulta. A condição juvenil possui "valor" por si mesma. Ela exige uma série de políticas públicas gerais, e também específicas, que se mostrem aptas a minimizar os riscos e os problemas sociais que recai principalmente sobre essa geração, bem como maximizar as oportunidades de inserção econômica, social, política e cultural dos jovens.
A juventude tem um papel importante nessa construção. 51 milhões de jovens brasileiros com idade entre 15 anos e 29 anos** enfrentam diversos riscos e problemas no seu cotidiano causados pelo modelo de desenvolvimento da nossa sociedade, que só tende a piorar quando chegarem à idade adulta. Esses jovens que enfrentam riscos e problemas só conseguirão superá-los com a sua inserção na mobilização social e política das organizações da sociedade civil.
Para os ecossocialistas as lutas não estão separadas. Por isso, as crises podem e devem ser vistas como oportunidades revolucionárias, e como tal temos o dever de afirmá-las para superá-las.
[1]
Rebeca Raso - Estudante de Economia Doméstica da UFC, Integrante da Juventude Alternativa Terrazul, Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente Ceará, REJUMA e Rede Brasileira de Ecossocialistas Fonte: Terrazul
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Sete passos para salvar a Terra
Parece, mas o título deste artigo não é coerente. É que a ideia de super-herói está no inconsciente coletivo da humanidade. Pois quando se fala de consertar o que está além de si, dar conselhos, opiniões, a maioria está disposta, parece fácil. Portanto, o termo "salvar a Terra" não propicia uma reflexão profunda, quando se refere às questões ambientais. A verdade é que se trata de "salvar" a própria raça humana, pois é ela que está em perigo de extinção, isso é óbvio.
O planeta, como em todas as eras de aquecimento e arrefecimento que já houve, se refez, brotou, floriu novamente ao longo dos quase 5 bilhões de existência. A vida do homem, que há pouco existe por aqui, é que está em jogo. Cuidar do meio ambiente, portanto, é uma defesa em causa própria, é manter qualidade de vida para si e para as próprias gerações que virão. Falta mesmo é amor e gratidão na relação do homem com o meio ambiente.
Em tempos de aceleradas alterações climáticas o maior dilema ético é sobre o que cada um pode fazer para que o planeta superaqueça menos do que o esperado. Dentre tantas alternativas propostas por cientistas, governos e empresas, também individualmente todos podem contribuir como agentes de mudança nessa causa coletiva, a exemplo da prática dos 7 Rs. Você pode associar cada um dos sete passos a seguir a um dia da semana, como técnica de neuroaprendizagem. São exemplos ao alcance de todos que desejam se tornar gestores conscientes do próprio consumo na relação com o meio ambiente.
1. Domingo - Reduza: Um dos vilões da degradação ambiental é o consumismo. O consumo exacerbado além de causar diferenças sociais, também provoca o desperdício. Use ao máximo o que você comprar nesta semana;
2. Segunda-feira - Reutilize: Reinvente sua relação com aquilo que você não utiliza mais para o mesmo fim. Seja criativo, descubra alternativas para o que você não usa mais com a finalidade inicial. As pessoas são frequentemente muito imaginativas ao reutilizarem os objetos, ao invés de jogá-los fora;
3. Terça-feira - Recicle: Refaça ou destine o que não pode ser reutilizado para que seja transformado e reintroduzido na cadeia produtiva com outras formas de utilidade, e ainda gerar renda. Muito pouco do que se descarta é lixo;
4. Quarta-feira - Repense: Antes de adquirir ou produzir, pergunte a si mesmo sobre o que pode ser feito de forma que cause menor impacto ambiental. Repensar o estilo de vida é uma mudança de dentro para fora, mudança de conceito, de paradigma, de produção, de consumo e acima de tudo, de ganho. É resignificar o próprio conjunto de valores, reavaliar ações e adotar novas formas de pensar e agir;
5. Quinta-feira - Recuse: Compre aquilo que tiver procedência. Se não tiver, exija. Saiba de onde vem o que você consome e quanto custou isso ao meio ambiente. Aceite o que for sustentável. Qualquer produto que esteja de acordo com os princípios sustentáveis agrega valor para quem produz e mais consciência para quem consome. Redirecione sua forma de consumo;
6. Sexta-feira - Recupere: Contribua de alguma forma para recuperar e conservar a biodiversidade. Comece pelo quintal da sua casa, pelas praças do seu bairro, pelo ar do seu ambiente. Plante árvores, doe também, se puder. Muita coisa em nosso planeta sofre com a poluição e a degradação, é preciso pensar em como recuperar tudo que vem sendo destruído. Proponha também soluções ao governo, as empresas e a sociedade;
7. Sábado - Respeite: Considere o planeta como um organismo vivo, reveja a relação que mantém com a mãe natureza e cuide mais dela. Entender as formas de vida que existem é a primeira atitude para respeitá-las. Mais amor é a solução para esse caso.
No próximo domingo reinicie os 7 passos. Essa atitude pode provocar-lhe a maior das mudanças, a de si mesmo. Criar um comportamento novo como o senso de autopreservação, aos poucos, se tornará um hábito coerente com a natureza e toda a complexa biodiversidade nela existente. Isso pode significar o ar mais limpo para respirar e um consumo mais saudável, ecologicamente correto. Divulgue esses passos. Cuidar do planeta é efetivamente fazer o que estiver ao seu redor.
O objetivo maior da humanidade será o de viver em harmonia consigo, com os demais seres e com o meio ambiente. O filósofo Platão, discípulo de Sócrates, disse que tudo começa no mundo das ideias. E o pensar sustentável é o que conduz a uma atitude ambientalmente responsável, que motiva o ser humano a agir em prol da mudança e fazer diferente. Há uma expressão que diz: "Você não pode escolher como vai morrer ou quando. Você só pode decidir como vai viver agora". Pense nisso e faça do "agora" um ambiente melhor.
Autor:Jair Donato é jornalista em Cuiabá, consultor de empresas, professor universitário, especialista em Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida. E-mail: jairdomnato@gmail.com
17 abril 2009
Perguntas e respostas sobre Aquecimento Global
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O efeito estufa é o fenômeno natural pelo qual a energia emitida pelo Sol - em forma de luz e radiação - é acumulada na superfície e na atmosfera terrestres, aumentando a temperatura do planeta. De suma importância para a existência de diversas espécies biológicas, o efeito estufa acontece principalmente pela ação de dióxido de carbono (CO2), CFCs, metano, óxido nitroso e vapor de água, que formam uma barreira contra a dissipação da energia solar. A maioria dos cientistas climáticos crê que um aumento na quantidade desses gases provoca uma elevação da temperatura da Terra. |
Até onde a Amazônia pode resistir?
Do Descobrimento até o final da década de 70, apenas 4% de toda a Amazônia havia sido devastada. Isso corresponde a arrancar menos que um gomo de uma laranja. Nos últimos vinte anos, já se foram mais dois gomos. Hoje, a área desmatada da floresta equivale à de um país como a França. Essa ainda seria uma situação confortável se o futuro não prometesse coisa muito pior. Caso nada seja feito para estancar a destruição, daqui a apenas vinte anos poderão restar somente 28% de mata virgem na Amazônia, na hipótese mais benigna, ou ainda menos – 4,7% –, a se confirmarem as hipóteses mais pessimistas levantadas pelo grupo de cientistas liderado pelo biólogo americano William Laurance, pesquisador do Smithsonian Tropical Research Institute, um dos centros de pesquisa da prestigiosa Smithsonian Institution dos Estados Unidos, e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus.
Alberto Cesar
William Laurance: devastação em torno de uma hidrelétrica como a de Samuel vai a até 25 quilômetros das bordas do reservatório
Laurance, de 43 anos, criou um modelo de previsão matemática do desmatamento com base nas obras construídas na Amazônia. Ele é autor de mais de cinqüenta artigos e de dois livros sobre a região e vive em Manaus há cinco anos. Metido em bermudas largas, camisas pólo e sandálias, é capaz de passar horas sobre um pequeno computador portátil redigindo seus textos e fazendo cálculos. Com sua fórmula, o cientista projetou quanto pode ser destruído em volta de cada nova obra planejada no programa Avança Brasil, que começou a ser implementado pelo governo em janeiro deste ano. O que ele analisa, no fundo, é a medida da ocupação humana na maior reserva florestal contínua do planeta, uma região que abriga quinze vezes mais espécies de peixes que todos os rios europeus, guarda 20% da água potável do mundo e tem a maior linhagem de aves, primatas, roedores, jacarés, sapos, insetos e lagartos da Terra.No meio dessa biodiversidade, o governo planeja pavimentar ou construir 8.000 quilômetros de estradas. Até 2007, devem estar operando mais de uma dezena de portos e quatro aeroportos novos ou ampliados, dois gasodutos, três usinas termelétricas, toda a segunda etapa da hidrelétrica de Tucuruí, mais a de Belo Monte, no Rio Xingu, e as hidrovias Araguaia–Tocantins (2.250 quilômetros) e do Madeira (1 056 quilômetros), além de milhares de quilômetros de linhas de transmissão de energia e de um novo trecho de 1.400 quilômetros da Ferrovia Norte–Sul. Em oito anos, a região terá recebido quase 40 bilhões de reais em investimentos.
Fotos Janduari Simões
Janduari Simões
Nepstad e seu experimento na Floresta do Tapajós: simulação de uma seca para estudar a reação da Amazônia na hipótese de ocorrer um mega El Niño No passado, a implantação de projetos dessa magnitude criou situações que podem ser medidas com precisão – e é dessas medições que parte a projeção sombria de Laurance. Alguns dos piores resultados da ocupação podem ser vistos às margens de rodovias como a Belém–Brasília, aberta nos anos 60, e a PA-150, o corredor da madeira no leste do Pará. Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) mediu a devastação provocada por essas duas rodovias, mais a da BR-364, que liga Cuiabá a Porto Velho, todas construídas nas últimas três décadas. Ao longo da Belém–Brasília, 55% da vegetação foi derrubada numa faixa de 50 quilômetros de cada lado da estrada. Às margens da PA-150, o índice ficou em 40% e, para a Cuiabá–Porto Velho, em 33%. O trabalho do Ipam concluiu ainda que dois terços do desmatamento total da Amazônia ocorreram nas vizinhanças de rodovias.
Nas projeções do biólogo William Laurance, às margens de uma estrada como a Cuiabá–Santarém, aberta nos anos 70 e cuja pavimentação está prevista no Avança Brasil, o desmatamento pode espalhar-se por até 200 quilômetros lateralmente ao asfalto. No caso das hidrelétricas, o avanço sobre a mata alcança uma extensão de até 25 quilômetros a partir das bordas dos reservatórios. Considerando o potencial de devastação de cada obra, a equipe projetou os totais desmatados. Para montar o cenário otimista, definiu-se a possibilidade de preservação de todas as reservas já existentes na Amazônia, florestais e indígenas. Na hipótese pessimista, calcula-se que os limites não serão respeitados em reservas à margem das estradas, por exemplo. O estudo conclui que as obras do Avança Brasil poderão incrementar em até um quarto os 20.000 quilômetros quadrados devastados todos os anos na floresta, totalizando uma superfície maior do que a do Estado de Sergipe podada a cada ano.
"É como permitir que se corte ao meio um bolo que antes era comido pelas bordas", diz Laurance, ao tratar da ação humana sobre a floresta. Ele se refere sobretudo à atividade das madeireiras, as pioneiras no avanço sobre a mata. O fenômeno da penetração seguindo a estrada como uma faca que vai separando nacos da região já pode ser observado no oeste do Pará, no entorno da BR-163, que liga a capital de Mato Grosso a Santarém. O esgotamento de antigos pólos madeireiros em outras regiões faz com que serrarias migrem dessas áreas para as margens da rodovia. Embora a estrada tenha sido aberta na década de 70 e permaneça sem pavimentação num trecho de mais de 1.000 quilômetros, quase impossível de transpor na época das chuvas, as madeireiras avançam em direção ao "meio do bolo". Ali existe um corredor de escoamento – precário, mas há –, e por ele milhares de metros cúbicos de espécies de alto valor comercial, como o ipê e o cedro, seguem para o sul ou sobem para o Porto de Santarém, para exportação. "A Cuiabá–Santarém é a verdadeira estrada da integração nacional", diz Edgar Antônio Brandt, presidente do Sindicato dos Madeireiros do Sudoeste do Pará, em Novo Progresso.
Esse município e a localidade de Moraes de Almeida, 100 quilômetros ao norte, concentram o mais novo pólo madeireiro da Amazônia. No final de 1997, não havia nem quinze serrarias instaladas por lá. Até o fim deste ano serão mais de 100. Em toda a rodovia, 150. Elas comem pelo menos 75.000 hectares de floresta por ano. Cerca de 1,5 milhão de metros cúbicos de madeira – com a qual se pode lotar mais de uma centena de navios – são retirados anualmente de lugares onde três anos atrás não se cortava uma única tora. Em 1995, Novo Progresso contava com 6.000 habitantes. Hoje tem 24.000. A vizinha Moraes de Almeida viveu o auge da produção de ouro, na década de 80, com 2.000 habitantes, escolas, hospitais, posto policial e até agência bancária. Quando o metal acabou, dez anos atrás, chegou a ter só 26 moradores. Agora, retomou o tamanho original. Como associa a chegada das madeireiras com progresso, a população das duas cidades se une aos destruidores da mata para reivindicar o asfaltamento da Cuiabá–Santarém. "Seria a realização de um sonho", afirma o prefeito de Novo Progresso, Juscelino Alves Rodrigues, do PSDB. O sindicato dos madeireiros calcula que, com o asfalto, o custo do frete da madeira, de 140 reais por metro cúbico, cairia quase à metade, tornando a região mais competitiva para esse tipo de comércio.
A ação destrutiva começa com a retirada da madeira. Em seguida, os madeireiros partem para uma área nova, e a terra arrasada que deixam para trás se transforma em local de plantação ou pastagem para gado. Pelas experiências do passado, sabe-se que o ciclo de aproveitamento da mata por esse modelo dura de vinte a 25 anos, gerando prosperidade e crescimento. Depois, vem a decadência. Ambientalistas acreditam que o asfalto é um meio de acelerar esse processo e que o governo deveria estudar mais o impacto de um programa como o Avança Brasil antes de iniciá-lo. Em Brasília, o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, afirma que os projetos previstos para a Amazônia podem ser revistos, se ficar demonstrado que prejudicarão a floresta. Diz Sarney Filho que o BNDES tem 800.000 reais para a elaboração de um relatório de impacto ambiental sobre esses planos. "Dependendo do resultado, o Avança Brasil pode até ser modificado", garante o ministro. Os brasileiros devem ouvir declarações como essa com muita desconfiança. Governo após governo, Brasília sempre optou por projetos desmiolados para a Amazônia. Nunca, até hoje, o bom senso prevaleceu. Preferiu-se sempre uma aparência de movimentação e de progresso, à custa do meio ambiente.
"Não dá para imaginar a instalação de uma redoma sobre a floresta, condenando populações locais ao abandono", diz José Paulo Silveira, secretário de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, responsável pelo Avança Brasil. "A ocupação é inevitável e, portanto, é melhor que seja planejada." Para entender esse raciocínio, deve-se ter em mente que existem 19 milhões de brasileiros vivendo nos nove Estados da Amazônia Legal, a maior parte deles precisando de médico, dentista, mantimento e até democracia – coisas que hoje custam a chegar por trilhas e barcos. Já há exemplos de estudos e de atividades na Amazônia que podem dar emprego e dignidade a essa gente, sem destruição. Pesquisadores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), sediado em Belém, concluíram que a atividade madeireira é a grande vocação da região, que tem 83% de sua área imprestável para a agricultura ou a pecuária. O que parece um contra-senso – ambientalistas defendendo madeireiros – pode servir para demonstrar que, dependendo da maneira como é feita, a atividade das serrarias ajuda a preservar, em vez de devastar. Basta que se adote em larga escala o chamado manejo florestal, que consiste em selecionar as árvores a ser cortadas, retirá-las com o menor dano possível aos exemplares em volta e depois dar tempo para que aquela área da floresta se regenere. Ao contrário do que se costuma imaginar, não é nem o caso de plantar novas árvores. Basta deixar de pé os espécimes mais jovens e, dependendo do tipo de árvore, preservar alguns exemplares adultos, para gerar novas sementes. Essa atividade madeireira, que alia progresso econômico com preservação da natureza, exige, no entanto, um zelo formidável do poder público na tarefa de dar a permissão para o abate de árvores e fiscalizar ferozmente o cumprimento das regras de regeneração pelos empresários madeireiros. Do jeito que a coisa está, as madeireiras só destroem.
A pedido do Ministério do Meio Ambiente, o Imazon produziu outro relatório, em que identifica áreas públicas com potencial para a criação de florestas nacionais. Nessas áreas, nas quais já estão demarcadas florestas que somam 83.000 quilômetros quadrados, é permitida a exploração planejada de recursos naturais. Elas são arrendadas a terceiros mediante concorrência pública, e a retirada de árvores obedece a um planejamento, com fiscalização posterior do uso dessas áreas para evitar a destruição da natureza. Planeja-se chegar a 500.000 quilômetros quadrados – ou 10% da área total da Amazônia Legal. O Imazon calcula que com mais 200.000 quilômetros quadrados seria possível produzir o mesmo volume de madeira retirado hoje da região. "A criação de florestas controladas nas áreas para onde a indústria madeireira tende a se instalar é essencial para assegurar o manejo nessas novas fronteiras", diz o estudo. Como se vê, preservar não é tão difícil. Basta que a autoridade pública substitua a retórica pelo desejo efetivo de evitar a destruição do maior tesouro vegetal do planeta. O Fundo Mundial para a Natureza, uma organização preservacionista, estima em 500 bilhões de dólares o volume de dinheiro a ser tirado da exploração econômica de espécies selvagens. O Brasil entra nesse cálculo com 8% da madeira explorada no mundo, quase toda ilegalmente.
Para o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, a preservação da Amazônia passa necessariamente por esse tipo de mudança na exploração dos recursos da floresta. Não se trata de proibir o acesso à riqueza natural, condenando os habitantes da área à falta de assistência. Trata-se, isso sim, de criar condições para a exploração racional e a fiscalização implacável. Isso foi o que não se viu até agora. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a quem cabe zelar pela preservação e pelo uso racional dos recursos naturais, tem hoje menos de 200 homens nessa função na Amazônia. Mesmo diante das lições do passado, Sarney Filho rejeita as previsões catastrofistas sobre a infra-estrutura que será levada à selva nos próximos anos. Acha que será possível conciliar progresso e preservação do meio ambiente. "O governo está muito atento à questão ambiental", diz o ministro. O Brasil reza para que ele esteja certo e tenha os meios de realizar sua profecia.
Pode ser que o ministro tenha razão e a catástrofe não ocorra, mas com a Amazônia sempre é necessário cuidado. Todas as experiências anteriores de ocupação resultaram em fiasco. No auge da exploração da borracha, era tamanha a riqueza dos empresários do látex que eles se vestiam como ingleses e estouravam garrafas de champanhe francês em Manaus com a naturalidade de quem abre latinhas de cerveja. Atualmente, falta até água limpa na capital do Estado do Amazonas, que é banhada pelos rios Negro e Solimões, dois gigantes. Quando o bilionário americano Daniel Ludwig começou seu sonho de fazer no Amapá uma superfábrica de polpa de papel, há três décadas, pescava-se o gigantesco pirarucu na periferia de Manaus. Agora, é necessário entrar 200 quilômetros mata adentro para pegar um exemplar de bom tamanho. O grande projeto de rasgar a floresta com a Transamazônica acabou num lamaçal rapidamente reabsorvido pela selva. As colônias criadas em Rondônia transformaram o Estado numa imensa capoeira.
Hoje se sabe que o que parece uma indestrutível massa vegetal plantada sobre rios imemoriais é, na verdade, um frágil sistema sujeito a se desintegrar diante do menor abalo. Se toda a história da Terra durasse um ano, a vida da selva seria de um segundo. Há 80 milhões de anos, a floresta era um braço de mar. Depois foi um pântano por longo período e se tornou um cerrado, até mais ou menos 1 milhão de anos atrás. Não é pequeno o risco de que, numa próxima etapa, a mata ceda lugar a um descampado. A própria situação climática tem demonstrado esse perigo.
O fenômeno El Niño – conhecido há mais de vinte anos, porém imprevisível – age na costa do Peru, do outro lado da Cordilheira dos Andes, mas repercute na Amazônia com secas prolongadas. Ele aumenta em até 4 graus centígrados a temperatura da água do Pacífico. Uma massa de ar aquecido eleva-se naquela região e acaba descendo do lado de cá, sobre a floresta brasileira. A estiagem, numa época em que o tempo deveria ser úmido, multiplica os incêndios. E o calor de cada incêndio mata árvores que estarão ressequidas na queimada seguinte, o que cria mais matéria-prima para o fogo. Acreditava-se até agora que os danos decorrentes do El Niño seriam menores com a redução das queimadas. Neste ano, por exemplo, o governo federal e o de Mato Grosso formaram brigadas de fiscais e conseguiram reduzir pela metade o total de focos de incêndio no Estado em relação ao ano passado.
Só que esse efeito do El Niño é apenas o visível, o que acontece na superfície. Embaixo da floresta, no meio do entrelaçamento de raízes que vão a 20 metros de profundidade para capturar nutrientes, essa seca causa danos cumulativos. A água armazenada no solo não volta aos níveis normais com a próxima estação chuvosa e a mata fica mais sujeita à destruição. O fogo é o grande risco. Todos esses complicadores do El Niño vêm sendo estudados e descritos pelo americano Daniel Nepstad, do Centro de Pesquisa Woods Hole (WHRC), de Massachusetts, nos Estados Unidos, e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), entidade com sede em Belém. Nepstad, um biólogo de 42 anos doutorado pela Universidade de Yale, soma quase uma década de estudos na região e realiza um experimento dentro da Floresta Nacional do Tapajós, próxima à cidade paraense de Santarém. Ele cobriu 1 hectare de mata, área equivalente a um quarteirão, com 6.000 painéis de plástico dispostos horizontalmente a 1,5 metro do chão. Eles impedem que a chuva chegue ao solo, ao coletar a água e despejá-la a uma distância de 200 metros, por um sistema de calhas.
O processo simula a ação de um mega El Niño, deixando as raízes das árvores sem água. Computadores, aparelhos de medição instalados na vegetação e enormes buracos ao pé de algumas plantas completam o cenário. Ao lado do experimento, outro hectare de mata – sem a cobertura plástica – serve para comparação. Entre outras descobertas, Nepstad registrou que algumas árvores se defendem da seca estendendo suas raízes a até 50 metros do tronco, lateralmente, em busca de umidade. "Queremos saber quanto tempo esse pedaço de floresta agüenta até se tornar inflamável e, eventualmente, cair em pedaços com a mortalidade de árvores", diz ele. As árvores perdem folhas e isso é fatal, porque elas criam uma camada de material inflamável no chão, ao mesmo tempo que o sol alcança o solo e os troncos. Um lugar antes escuro e úmido torna-se quente e seco. Isso facilita tanto o incêndio ateado pelo homem quanto o fogo provocado naturalmente pela ação de raios.
Pelo lado da ação do homem, há alternativas para a exploração da Amazônia que não implicam devastação. A pesca esportiva, incipiente na área, reúne 35 milhões de adeptos no mundo e movimenta 38 bilhões de dólares por ano. Já se conhece um método de criação em cativeiro de pirarucu pelo qual cada exemplar leva metade do tempo normal para chegar ao peso de abate – mas a piscicultura não é largamente explorada. O ecoturismo gera 200.000 empregos só nos Estados Unidos e faz girar 260 bilhões de dólares por ano no mundo – menos de 0,05% disso na Amazônia. O Brasil está atrasado em todas essas frentes, assim como está longe de encontrar o modo racional de explorar reservas minerais enterradas na região e avaliadas em 1 trilhão de dólares. Só o projeto das florestas nacionais é pouco para conter a ameaça de devastação prevista nas pesquisas da equipe do biólogo William Laurance. Mesmo que os números que ele aponta possam ser piores que a realidade, eles indicam um perigo muito grave. Esperar para comprovar na prática que o cientista pode estar errado não é uma aposta confortável.
Fonte: Veja
Christian Schwartz, de Novo Progresso
Meio Ambiente e Desenvolvimento
A Revista Veja escreveu antes do evenco Eco 92: o mundo tem um encontro marcado no Rio de Janeiro para decidir que tipo de planeta será legado às próximas gerações. Líderes de mais de uma centena de países e outros 30.000 participantes reúnem-se na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ou Eco 92, o mais abrangente e ambicioso encontro internacional já realizado em toda a história da humanidade. Sua ambição é criar um código de conduta que, se for mesmo montado conforme os planos, terá o poder de alterar as relações entre os países e influir na vida de cada ser humano. Se fracassar, apagará a esperança de dotar a comunidade internacional de uma tábua de mandamentos práticos e morais capaz de substituir o vácuo das ideologias. Caso os países representados não mostrem o discernimento, a coragem e o músculo político para implementar as correções de rumo esperadas em torno das discussões sobre progresso e meio ambiente, o desfecho da conferência poderá redundar num desastre global sem precedentes. Na hipótese oposta, as pessoas estarão impedidas de esquecer o Rio de Janeiro de junho de 1992. Ali se terá construido a mais profunda mudança mundial em tempos de paz.
O que aconteceu depois
Dez anos depois da Eco 92, mais de 100 chefes de Estado e 60.000 delegados foram a Johanesburgo, na África do Sul, para discutir os progressos e problemas registrados desde o Rio de Janeiro. O balanço dos dez anos continha pouca coisa que pudesse sugerir que o encontro melhorasse significativamente a situação ambiental. A reunião no Rio tratou sobretudo de mudanças climáticas e biodiversidade. Os participantes concordaram com um programa ousado de combate à deterioração da terra, do ar e da água. Também decidiram buscar o crescimento econômico sem degradar o meio ambiente. Apesar das juras de amor à natureza feitas naquela época, pouca coisa saiu do papel. Dez anos transcorridos, apenas quarenta nações adotavam algum tipo de estratégia preservacionista. O que chegou a ser feito foi apenas um arranhão numa realidade desastrosa. Em 2002, as ameaças aos recursos naturais eram ainda maiores. Florestas, peixes, água e ar limpos estavam mais escassos. Duas das mais importantes fontes de biodiversidade, os recifes de coral e as florestas tropicais, foram tremendamente degradadas. As emissões de gás carbônico, o grande responsável pelas mudanças climáticas e pelo aquecimento global, cresceram 10%. Nos Estados Unidos, que abandonaram o Protocolo de Kioto, o tratado assinado por 178 países para controlar as emissões desse gás, o salto foi de 18%.
Quanto ao crescimento sustentado, assunto tão debatido, a coisa parece caminhar para o fiasco. Usando estatísticas da ONU, o Fundo Mundial para a Natureza, a organização ambientalista mais conhecida pela sigla WWF, concluiu que os 15% mais ricos da humanidade (o que inclui as minorias abastadas nos países pobres) consomem energia e recursos em nível tão alto que providenciar um estilo de vida comparável para o restante do mundo iria requerer os recursos de 2,6 planetas do tamanho da Terra. Essa estatística ajuda a entender o dilema existente entre desenvolvimento e preservação ambiental. Os anos 90 foram de imenso crescimento na economia global. Perversamente, muito dessa prosperidade teve conseqüências desastrosas para o meio ambiente. Antes da reunião de Johanesburgo, a ONU divulgou um relatório sobre o impacto do atual padrão de desenvolvimento na qualidade de vida e nos recursos naturais. Ele diz que 2,4% das florestas foram destruídas nos anos 90, uma área equivalente ao território de Mato Grosso. O desmatamento é maior na África, que perdeu 7% de sua cobertura vegetal, e na América Latina, com 5%. A proporção de recifes de coral ameaçados saltou de 10% para 27%, apesar de protegidos pela Convenção da Biodiversidade. O consumo global de combustíveis fósseis cresceu 10%. Apenas três países ricos, Alemanha, Inglaterra e Luxemburgo, mantiveram estáveis suas emissões de dióxido de carbono, o gás do efeito estufa.
Pela presença do homem em seu habitat, animais estão sendo extintos num ritmo cinqüenta vezes mais rápido que o do trabalho seletivo da evolução natural das espécies. Metade das espécies de grandes primatas, nossos parentes mais próximos na árvore da evolução, deve desaparecer nas próximas duas décadas, se nada mais consistente for feito para salvá-los. Individualmente, as agressões citadas acima seriam absorvidas pelo ecossistema global, acostumado a desastres naturais. O problema é a orquestração. Sem se dar conta, 6 bilhões de seres humanos se tornaram um fardo pesado demais para o planeta. Um estudo do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), divulgado também em 2002, revelou que o homem ultrapassou em 20% os limites de exploração que o planeta pode suportar sem se degradar. O cálculo partiu do pressuposto de que se pode explorar até 1,9 hectare por ser humano. Qualquer avanço além dessa cota nos deixaria sujeitos a catástrofes meteorológicas, como enchentes e secas, e perda de qualidade de vida para as populações futuras. Nessa conta, já estamos no vermelho, com a dívida contraída com a Mãe Natureza crescendo de forma assustadora. A média mundial de exploração é de 2,3 hectares por pessoa, contra 1,3 hectare há quarenta anos.
Mas o efeito mais terrificante por suas implicações no cotidiano das pessoas talvez seja o aquecimento global. A década de 90 foi a mais quente desde que se fizeram as primeiras medições, no fim do século XIX. Uma conseqüência notável foram o derretimento de geleiras nos pólos e o aumento de 10 centímetros no nível do mar em um século. A Terra sempre passou por ciclos naturais de aquecimento e resfriamento, da mesma forma que períodos de intensa atividade geológica lançaram à superfície quantidades colossais de gases que formavam de tempos em tempos uma espécie de bolha gasosa sobre o planeta, criando um efeito estufa natural. Ocorre que agora a atividade industrial está afetando de forma pouco natural o clima terrestre. Em 2001, cientistas de 99 países se reuniram em Xangai, na China, e concluíram que o fator humano no aquecimento é determinante. Desde 1750, nos primórdios da Revolução Industrial, a concentração atmosférica de carbono aumentou 31%, e mais da metade desse crescimento ocorreu de cinqüenta anos para cá. Amostras retiradas das geleiras da Antártica revelam que as concentrações atuais de carbono são as mais altas dos últimos 420.000 anos e, provavelmente, dos últimos 20 milhões de anos.
O planeta esquenta e a catástrofe é iminente
Ondas de calor inéditas. Furacões avassaladores. Secas intermináveis onde antes havia água em abundância. Enchentes devastadoras. Extinção de milhares de espécies de animais e plantas. Incêndios florestais. Derretimento dos pólos. E toda a sorte de desastres naturais que fogem ao controle humano.
Há décadas, pesquisadores alertavam que o planeta sentiria no futuro o impacto do descuido do homem com o ambiente. Na virada do milênio, os avisos já não eram mais necessários – as catástrofes causadas pelo aquecimento global se tornaram realidades presentes em todos os continentes do mundo. O desafios passaram a ser dois: se adaptar à iminência de novos e mais dramáticos desastres naturais; e buscar soluções para amenizar o impacto do fenômeno.
Em tempos de aquecimento planetário, uma nova entidade internacional tomou as páginas de jornais e revistas de toda a Terra – o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), criado pela ONU para buscar consenso internacional sobre o assunto. Seus aguardados relatórios ganharam destaque por trazer as principais causas do problema, e apontar para possíveis caminhos que podem reverter alguns pontos do quadro.
Em 2007, o painel escreveu e divulgou três textos. No primeiro, de fevereiro, o IPCC responsabilizou a atividade humana pelo aquecimento global – algo que sempre se soube, mas nunca tinha sido confirmado por uma organização deste porte. Advertiu também que, mantido o crescimento atual dos níveis de poluição da atmosfera, a temperatura média do planeta subirá 4 graus até o fim do século. O relatório seguinte, apresentado em abril, tratou do potencial catastrófico do fenômeno e concluiu que ele poderá provocar extinções em massa, elevação dos oceanos e devastação em áreas costeiras.
A surpresa veio no terceiro documento da ONU, divulgado em maio. Em linhas gerais, ele diz o seguinte: se o homem causou o problema, pode também resolvê-lo. E por um preço relativamente modesto – pouco mais de 0,12% do produto interno bruto mundial por ano até 2030. Embora contestado por ambientalistas e ONGs verdes, o número merece atenção.
O 0,12% do PIB mundial seria gasto tanto pelos governos, para financiar o desenvolvimento de tecnologias limpas, como pelos consumidores, que precisariam mudar alguns de seus hábitos. O objetivo final? Reduzir as emissões de gases do efeito estufa, que impede a dissipação do calor e esquenta a atmosfera.
O aquecimento global não será contido apenas com a publicação dos relatórios do IPCC. Nem com sua conclusão de que não sai tão caro reduzir as emissões de gases. Apesar de serem bons pontos de partida para balizar as ações, os documentos não têm o poder de obrigar uma ou outra nação a tomar providências. Para a obtenção de resultados significativos, o esforço de redução da poluição precisa ser global. O fracasso do Tratado de Kioto, ao qual os Estados Unidos, os maiores emissores de CO2 do mundo, não aderiram, ilustra os problemas colocados diante das tentativas de conter o aquecimento global.
Fonte:Veja em profundidade
15 abril 2009
Aquecimento Global e a falta de vontade política.
A proposta deste blog partiu de uma idéia que surgiu ao ver as noticias sobre aquecimento global e notar que estas até trazem algumas sugestões tecnológicas para a solução, porém o problema sempre esta na falta de vontade política.Devido o Aquecimento Global ser uma questão mundial há a necessidade de uma ação em conjunto de todos ou pelo menos a grande maioria dos paises do mundo. Mais o que ocorre e que cada pais tem suas dificuldades e prioridades deixando a questão sempre em segundo plano, ou seja governantes não podem propor a redução dos gases causadores do efeito estufa em detrimento da economia sem perder votos e apoio de grandes grupos econômicos. Pois o seu eleitor muitas vezes não tem a questão como prioridade ou as vezes nem conhece sobre o assunto mais tem a economia como prioridade. Empresas não querem nem ouvir falar no assunto pois a redução dos gases do efeito estufa implicaria em novos investimentos em equipamentos para a redução destes gases ou para a mudança da matriz energética.
Pois bem a proposta é a seguinte: Se os governantes perceberem que o seu eleitorado é sensível a questão (e os políticos são muito atentos as opiniões e tendência do eleitorado) darão maior prioridade a questão ambiental. Se as empresas perceberem que nos consumidores estamos mais propensos a consumir produtos que tenha como valor agregado o combate ao aquecimento global como por exemplo um certificado impresso na embalagem atestando que o seu produto ao ser fabricado não produz CO2 ou que um determinado automóvel tem menores índices de emissão de gases-estufa, certamente darão prioridade a questão, fazendo desta mudança uma oportunidade para um salto tecnológico para uma economia mais sustentável.
A proposta não é de afrontamento ou de protesto isto é coisa para os profissionais da área os militantes ambientalista. Esta proposta é dirigida a todos os cidadãos como eu como você, trabalhadores, empresários, estudantes, donas de casa, profissionais liberais enfim pessoas de toda a sociedade e com interesses diversos, porém conscientes e informados sobre esta questão do aquecimento global que nos afeta a todos independente do pais onde vivemos ou da nossa classe social conseqüentemente com uma mudança de postura na maneira de votar ou na maneira de consumir, isto sim que ajudará em muito com que governos e empresas priorizem a questão pois nos cidadãos somos a base política e econômica. Esta mudança de postura não será um choque nem uma revolução mais sim uma mudança espontânea, onde os governos e empresas terão que se adaptar a seus eleitores e consumidores ou seja terão que adaptarem-se as mudanças da sociedade.
O desenvolvimento da atividade humana não produziu somente problemas como o aquecimento global, a humanidade experimenta atualmente níveis de riqueza nunca antes observados, porem precisamos saber resolver os efeitos colaterais deste desenvolvimento, efeitos estes como o aquecimento global que não foi previsto, mais pode ser resolvido.
Uma das coisas boas que o desenvolvimento tecnológico produziu foi a internet e justamente esta ferramenta que pode propiciar um movimento no sentido de conscientizar as pessoas sobre a questão pelo mundo a fora, independente da língua, crenças ou cultura em prol de um bem comum a toda a humanidade.
Assim o que você precisa fazer é ter uma postura mais consciente como eleitor e consumidor e divulgar este site para que um numero cada vez maior de pessoas se informem sobre o problema climático do aquecimento global, assim sem tomar nosso tempo, sem prejuízo as nossas atividades diárias poderemos através desta poderosa rede que é a internet e da consciência da nossa força política e econômica como eleitores e consumidores ajudar a resolver esta questão do aquecimento global.
Cadastre-se em nosso site para receber periodicamente boletins informando você com noticias sobre o assunto e sobre campanhas promovidas para persuadir órgãos, governo ou empresas a mudarem de postura em relação ao aquecimento global e para mostrar o quanto as pessoas estão atentas sobre a questão.
Marcadores: Aquecimento Global
06 outubro 2008
Pequenos passos para contribuir com o meio ambiente
com o ambiente e não se contentar com pequenos passos
Pequenos passos são insuficientes, diz ativista sobre soluções para o ambiente
Chega de falar de problemas e não apontar soluções. Munido com essa convicção, o jornalista norte-americano Alex Steffen, 40, abandonou os trabalhos que realizava junto a organizações de preservação ambiental e decidiu construir uma frente de batalha própria: o site Worldchanging (www.worldchanging.com).
Desde 2003, o site --que conta com cerca de 50 colaboradores em todo o mundo-- noticia iniciativas em prol de uma civilização "mais inteligente, mais eficiente e que trabalhe de forma mais harmônica com a natureza", segundo define seu criador.
O caldeirão de idéias, pesquisas e propostas em temas tão diversos como design e empreendedorismo social também desembocou em um livro, "Worldchanging: A User's Guide for the 21st Century" (Worldchanging: guia do usuário para o século 21 --ed. HNA Books; US$ 21,83; 608 págs.). Incensado por publicações como a "New York Review of Books", foi classificado como imprescindível para os "heróis cotidianos" de que o mundo precisa, nas palavras de Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, autor do prefácio.
Para o jornalista, o movimento ecológico vem se transformando porque seus porta-vozes compreenderam que todos desejam conforto e prosperidade. E, para os tempos que correm, defende outra mudança no discurso verde: o estímulo a ações de impacto imediato e amplo.
'Pequenos passos não são suficientes. Prefiro ver alguém pensando em uma grande mudança, em como modificar a companhia em que trabalha, por exemplo.' Leia a seguir trechos da entrevista que Steffen concedeu à Folha, de seu escritório em Seattle.
Folha - Por que o ativismo do passado não funcionou, como você diz?
Alex Steffen - Tratava-se, majoritariamente, de um movimento de crítica. Acho que a grande mudança dos últimos dez anos é que muitos ambientalistas se tornaram conscientes de que, sim, é necessário protestar contra a destruição da natureza, mas muito mais importante agora é tentar imaginar que tipo de sistema pode substituir aquele que temos hoje, de forma que haja prosperidade para mais pessoas. Ser ecológico tinha muito a ver com voltar ao passado, viver de modo simples, e as pessoas não têm grande interesse nisso. Na maioria dos lugares e das vezes, as pessoas querem opções para viver de forma mais moderna e próspera. Parte da questão hoje é ser realista sobre o que pode ser abandonado. Como, sabendo que as pessoas querem determinadas coisas, podemos redesenhar nossa civilização material para fazê-la mais inteligente, mais eficiente e trabalhar de forma mais harmônica com a natureza.
Folha - Quais são os principais desafios dessa tarefa?
Steffen - Há uma tendência hoje em falar de pequenos passos, do que você pode fazer para viver de forma mais ecológica, e que são coisas boas e que devemos fazer. Mas não são suficientes. Prefiro ver alguém pensando em algo grande, em como modificar a companhia em que trabalha ou o sistema educacional de onde vive. Os maiores desafios têm a ver com mudar o pensamento. Todos crescemos em sociedades em que se agia como se tudo fosse ilimitado. Se todos queremos ser ricos, temos que pensar de forma diferente. Nos Estados Unidos, por exemplo, tivemos problemas de energia. O que precisávamos fazer seria uma grande transição na maneira como criamos energia e em quão eficientemente a usamos, mas, em vez disso, o debate político por aqui são os motivos de não podermos explorar mais petróleo. A transição de que precisamos não vai se dar com pequenas reformas. Necessita da disseminação de uma onda global de inovação. O desafio é que nunca fizemos isso antes.
Folha - Qual será o melhor presidente para os EUA em termos de políticas ambientais?
Steffen - Worldchanging é apartidário, então talvez seja melhor dizer o que creio que precisa acontecer. Quem quer que ganhe em novembro, os EUA precisam mudar completamente sua abordagem em relação ao ambiente. Somos os piores poluidores do planeta. Somos o lar da maioria dos cientistas e de muitas das universidades 'top' do mundo, e muitos pesquisadores estão mergulhando nessa questão. O planeta como um todo tem a oportunidade de mudar. É necessário que o mundo inteiro se comprometa com esse tema, mas especialmente os EUA, para liderar o caminho. É nossa obrigação nos tornarmos sustentáveis primeiro. Será em benefício de nós mesmos se o fizermos. E se os EUA e a Europa liderarem o caminho rumo à sustentabilidade, o mundo os seguirá e terá muito mais ferramentas para trabalhar.
Folha - Qual a sua opinião a respeito do debate sobre desenvolvimento e preservação na Amazônia?
Steffen - A Amazônia é um dos grandes patrimônios da humanidade, e os brasileiros têm que cuidar dessa área de forma responsável. Sabemos que uma das maiores causas para a mudança climática é o desmatamento. A resposta não é desenvolver a Amazônia ou ser pobre, essa não é a escolha. Há alternativas para preservar a Amazônia e criar riqueza. É o caso em que, novamente, é necessária a colaboração internacional. Se os brasileiros desejam se comprometer com a preservação da Amazônia e iniciar um novo modelo de desenvolvimento, que a comunidade internacional leve isso em conta em negociações, em programas de desenvolvimento, em mecanismos de transferência de tecnologia etc. A Amazônia é muito importante para todo o planeta, e há melhores soluções do que a lotear. O tipo de desenvolvimento que o Brasil vai ter será muito melhor se o país buscar um caminho sustentável agora do que se tentar seguir um modelo baseado na disponibilidade de recursos por mais algumas décadas.
DENISE MOTA
colaboração para a Fonte: Folha de S.Paulo
Marcadores: ecológico, New York Review of Books
Aquecimento global, fundador da CNN pede acordo para combater
Fundador da CNN pede acordo para combater aquecimento global
da Efe, em Barcelona
O empresário norte-americano Ted Turner previu nesta segunda-feira (6) um futuro catastrófico para o homem caso os líderes mundiais não cheguem a acordos, nos próximos 50 anos, para combaterem o aquecimento global ou frearem a deterioração do ambiente.
Ted Turner, fundador da rede de TV CNN, fez esta declaração durante discurso no Congresso Mundial da Natureza, do qual participa como representante da ONU (Organização das Nações Unidas) e que foi iniciado hoje em Barcelona.
Mais de 7.000 especialistas em assuntos ambientais, grupos indígenas, ONGs, empresas e instituições debaterão em Barcelona a defesa da diversidade dos ecossistemas e a luta contra a mudança climática.
Turner advertiu sobre os riscos de não se chegar a consensos sobre assuntos fundamentais como desarmamento nuclear, aquecimento do planeta, crescimento da população mundial, conservação das florestas ou desertificação.
"Não podemos fracassar", disse Turner, para quem os próximos 50 anos serão fundamentais. "A humanidade tem a possibilidade de viver em um mundo similar a um jardim do Éden ou morrer em um inferno ardendo entre chamas", declarou o representante da ONU.
Entre as principais ameaças à humanidade, Turner destacou a proliferação do armamento nuclear, que se concentra especialmente nas mãos dos Estados Unidos e da Rússia, mas que também está ao alcance de países como o Irã.
A afirmação de Turner de que a existência de armamento nuclear transforma o homem em uma "espécie em perigo de extinção" mereceu aplausos dos presentes à cerimônia de abertura do congresso.
Segundo o fundador da CNN, frear a deterioração do ambiente e combater suas ameaças é possível com o uso dos orçamentos que os Estados dedicam para fins militares. "Necessitamos de um novo Renascimento", afirmou.
Mediterrâneo
Já um grupo de especialistas ambientais defendeu a necessidade urgente de se criar uma rede de áreas marinhas protegidas para salvaguardar a biodiversidade no Mar Mediterrâneo, que tem apenas 3,8% de proteção ou gestão.
O Mediterrâneo dispõe de 7% de todas as espécies marinhas conhecidas, das quais boa parte é considerada exclusiva da região.
Neste sentido, os especialistas alertaram que, por se tratar de um mar fechado e rodeado por uma costa "superpopulosa", o Mediterrâneo está sendo gravemente danificado pela exploração excessiva de seus recursos e uma contaminação ligada à presença humana.
Fonte: Folha Online
Marcadores: Aquecimento Global, ONGs, ONU, Ted Turner, Turner, TV CNN
Sem proteção "Lista vermelha" internacional indica que um quarto das espécies de mamíferos está ameaçada de extinção
Ameaça de extinção atinge um quarto dos mamíferos, diz estudo
Reprodução |
das espécies de mamíferos está ameaçada de extinção
da France Presse, em Barcelona
A metade das espécies de mamíferos está em declínio numérico e um quarto está ameaçada de extinção, segundo a "lista vermelha" da (União Internacional para a Natureza), publicada nesta segunda-feira, em Barcelona.
Os especialistas da UICN, um dos principais organismos em matéria de biodiversidade, dedicou aos mamíferos o estudo mais completo já realizado sobre o tema.
Reprodução A UICN confirma a gravidade da crise atual: uma em cada quatro espécies de mamíferos está ameaçada de extinção, ou seja, 1.141 de 5.487 espécies registradas. No entanto, a realidade pode ser pior devido à falta de informação sobre 836 mamíferos, advertiu a organização, que realiza seu quarto congresso até 14 de outubro, em Barcelona.
Para os cientistas, a ausência de informações relativas a uma espécie é geralmente um mau presságio. "Na realidade, o número de mamíferos ameaçados de extinção poderá atingir 36%", considera Jan Schipper, um especialista da UICN, em um artigo publicado nesta segunda-feira a revista "Science".
"Nossos resultados mostram uma imagem muito sombria da situação global dos mamíferos no mundo", ressalta, indicando que "a metade está em declínio". Ao menos 76 espécies de mamíferos já desapareceram desde 1500.
No total, a lista vermelha da UICN, criada em 1963, lista 16,9 mil espécies de animais ou de plantas ameaçadas de extinção, contra 16,3 mil em 2007.
Na categoria de risco mais elevado, a de "perigo crítico", há 3.246 espécies, enquanto que 4.770 são consideradas "em perigo" e 8.912 estão "vulneráveis".
A expressão "em perigo crítico" significa que a probabilidade de extinção da espécie é muito grande. Na lista vermelha 2008, 188 mamíferos foram classificados nesta categoria, como o lince ibérico (Lynx pardinus).
Algumas espécies como o cervo do Pai Davi de origem chinesa (Elaphurus davidianus) não existem mais em estado selvagem e vivem apenas em cativeiro.
Cerca de 450 mamíferos foram classificados na categoria "em perigo", como o diabo da Tasmânia (Sarcophilus harrisii), um marsupial carnívoro cuja população caiu mais de 60% nos dez últimos anos, em motivo do aumento de casos de tumor canceroso facial.
O gato pescador (Prionailurus viverrinus), no Sudeste Asiático, passou da categoria "vulnerável" para 'em perigo', vítima da destruição de seu habitat natural.
Mas a situação ainda pode ser revertida: graças a diferentes programas de conservação, resultados animadores foi obtidos com 5% dos mamíferos ameaçados. Com isso, o toirão americano (Mustela nigripes) é considerado simplesmente "em perigo", depois de ter sido reintroduzido com sucesso no México, enquanto que anteriormente era classificado como "extinto em estado selvagem".
O cavalo selvagem (Equus ferus) foi reintroduzido com sucesso na Mongólia. "Quanto mais esperarmos, mais caro custará para impedirmos novas extinções de espécies", advertiu Jane Smart, responsável pelo programa de espécies da UICN.
Fonte: Folha Online
Marcadores: Aquecimento Global, lince ibérico, mamíferos, Mustela nigripes, O cavalo selvagem, UICN